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Baila dores

Beiram-lhe os anos Perante a escuridão O sono eterno não lhe parece vão Desfiguram-lhe o rosto da pobre menina Dançam as dores feito bailarinas Corteja-se a morte Choram-se rios Sem escrúpulos, a dor lhe deixa por um fio Mas qual fim há de chegar? Que mundo ei de deixar? Seria único motivo pelo qual viver, o sobreviver?

Carta para Perseu

Sérifos, 167 a. c.         Caro Perseu,      V enho-lhe , por meio desta, expressar um sentimento que há muito vem crescendo dentro de meu peito. Desde que lhe conheci tive a plena certeza de que não eras um herói qualquer. Não, meu caro, não predestinei que matarias a besta, Medusa. Infelizmente, Apolo não me escolheu como sua profetiza. Mas tal fato não nos vêm ao caso. O que desejo lhe transmitir, por meio desta, é que tu me encantas. Realmente, tu o fazes. Por dentro desse corpo de guerreiro, por debaixo de seus vigorosos músculos, há um homem respeitador, amoroso, fantástico. E com o sorriso mais lindo de toda a Grécia. Poucos o conheceram tão intimamente, ó Perseu, e tenho a honra de estar entre esses poucos. Quando lhe vi, a princípio, estonteei-me com tua beleza, mas quando comecei a falar com tua pessoa, constatei que és uma pessoa igualmente bela em seu espírito. Os deuses são prova, Perseu, que vejo em ti mais que um grande guerreiro: és também um homem que quer e merece

Guia de Sua Alma

Era um frio domingo de julho. Já se passavam das onze e o ar frio de São Paulo me acariciava, enquanto eu fumava meu cigarro na sacada. Eu andava muito pensativa esses dias, é verdade. Desde que ele me deixou eu não encontrara sentido pra vida, mesmo que isso tenha acontecido há quase 2 meses. "Não vamos mais pra frente Luiza, não adianta insistir!". Ele repetiu isso muitas vezes, mas ainda não me conformava. Olhava pras luzes dos prédios no horizonte. A cidade que nunca dorme. Eu morava naquele apartamento há 1 ano - desde que começara a faculdade de Engenharia - e nunca percebera como a vista era linda a noite. Mesmo um pouco obscurecida pela poluição paulista, era linda. Comecei a lembrar de todos os bons momentos que passei com Lucas naquele pequeno lar. Lucas, esse era o nome dele, o lindo garoto louro pelo qual me apaixonara. Involuntariamente as lágrimas me vieram aos olhos, e juntamente com a fumaça do cigarro, minha vista ficou turva ao ponto de eu não enxergar quase

Livrai-me

Sou como um livro Antigo, empoeirado Guardado no fundo da estante De um coração amargurado Outrora aposentado Por um amor mal interpretado Como tal livro Devo ser lida com esmero Caso contrario Espero Ate me achegar a um alguém  Que quero Por isso, peço a Deus:  "Livrai-me de todo mal leitor" Amador Sofredor Que só me trará dor.