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Dos Males de Amar Intensamente

Era uma vez uma menina. Essa menina tinha olhos castanhos, o cabelo cada mês de uma cor e o coração do tamanho do mundo. Ela abraçava todas as pessoas, causas e bichinhos abandonados que você possa imaginar. Esse era seu dom — e também sua ruína. Sempre disseram pra ela que pessoas assim são amadas por todos, tem muitos amigos e são sempre felizes, mas ninguém a avisou da dor visceral que ela sentiria na maior parte do tempo. Realmente ela tem amigos, ela é amada pelos que tem e ela é feliz (as vezes), mas ela descobriu que a felicidade não passa de uma alegria, que o conceito de felicidade é utópico pois ninguém consegue ser alegre por muito tempo não. Não é pessimismo nem nada, sabe? É só a experiência de quem, mesmo com pouca idade, já carregou mais peso do que podia. A vida tem uma mania incompreensível de te dar algo e depois tirar subitamente. A vida fez muito disso com essa menina, abusou do poder de dar e tirar, abusou do viver e morrer. Ela não perdeu tantas pessoas fisicament

Am[ar-te]

Desculpa por tudo isso. Eu não previa uma reação dessas, loucamente exagerada e gritante. Quer dizer, eu até previa, mas achava que tudo estava sob controle, eu sempre acho. Acontece que não tava, e como sempre, eu acabei estragando tudo. Ouvi uma vez numa canção que “amar jamais será demais”. Será? Tudo o que eu faço é amar e isso só afasta todos de mim. Acho que amo errado, quem ama certo não é dependente nem assusta os outros. Mas também ouvi falar que não tem jeito certo ou errado de amar. E agora? Toda essa intensidade, esse fogo que não se apaga de jeito nenhum… Eu sempre imaginei que fossem ser úteis na minha vida, mas adivinha só? Nem um pouco. E o que me deixa mais puta com tudo isso é o fato de que eu não consigo mudar. Como diz Ana Carolina, “eu não faço outra coisa do que me doar” e isso só me mata, pouco a pouco. A cada pessoa com quem me envolvo doo uma parte de mim, mas quando nos afastamos nunca recupero a tal parte. Vou me despedaçando em cada alma com quem me encontro

Despedida

Mas você já vai?  Desculpa, mas é melhor assim. Desculpa, desculpa, desculpa.  Maitê caminhou confiantemente pra longe dele, sussurrando desculpas a cada passo que dava. Ela se sentia um monstro por se sentir aliviada. Ninguém deveria se sentir leve por terminar um relacionamento, né? Afinal, ela teve muitos momentos bons ao lado dele, e ela se sentia ingrata por se sentir livre agora. Mas ah, fazia tanto tempo que Maitê não se vê livre de verdade… Sempre controlada pelo amor possessivo de Diego, que a colocou numa redoma e controlou grande parte de seus passos nesses longos 2 anos. “Essa roupa tá feia, troca”;”Não, você não vai nesse bar com seus amigos, muito homem lá”;”Você é bi, não vai dormir na sua amiga não”. Toda essa falta de confiança tem minado Maitê aos poucos, até que ela finalmente chegou ao ponto da implosão. Uma vez destruída ela já não tinha mais o que perder, foi então que decidiu terminar. E apesar do desconforto de se terminar com alguém, agora ela sente de verd

Desabafo I

Eu não me envergonho por sentir. Não me envergonho por sentir, expressar, abraçar, beijar, me declarar, me entregar. Essa é quem eu sou, fazer o quê. Não suporto ver gente assim se retraindo porque é "cool" ser frio e indiferente. Indiferença dói em muitas pessoas, nem todo mundo aguenta isso. Podemos culpar o zodíaco, a construção social, o que quer que seja. O fato é que o ser humano é um ser sentimental. Queiramos ou não a gente sente, e não é pouco. Negar pra quê?  Dizer "eu te amo" não te faz mais fraco - na verdade, hoje em dia requer uma força de vontade tremenda, pois amar intensamente faz as pessoas fugirem. Ser intenso não é defeito não, minha gente. Não digo também que seja qualidade, tá bem longe disso. Mas nos privar de sentir não nos salva de nada. Ficar preso dentro de jaulas que nós mesmos criamos só piora tudo. Uma hora a gente explode, e o jeito com que fazemos isso pode ser extremamente prejudicante. Por isso que digo: eu sinto SIM. Eu digo que